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Ordem dos Advogados: Morosidade da Justiça e a assistência judiciária constituem as principais preocupações da OACV

A morosidade da justiça e a assistência judiciária constituem as principais preocupações da Ordem dos Advogados de Cabo Verde (OACV), disse hoje, na Cidade da Praia, a bastonária Sofia Oliveira Lima.

“A morosidade da Justiça é um problema que nos preocupa e que não se vislumbra qualquer medida efectiva para combate-lo”, afirmou a bastonária da OACV, à imprensa, no final de uma audiência Parlamentar realizada no âmbito da preparação do debate sobre a situação da Justiça em Cabo Verde, agendado para esta sessão plenária de Outubro.

Segundo Sofia Oliveira Lima citada pela Inforpress, “basta perguntar qualquer cidadão” como vai a justiça, ele responde que “vai mal por causa da lentidão” dos processos nos tribunais, “do aumento de pendências e dos seus casos que não são resolvidos”.

Diz a bastonária da OACV que em Cabo Verde deduz-se que a morosidade da Justiça é um problema resultante de vários factores, nomeadamente o aumento das demandas, a própria consciencialização da sociedade dos seus direitos, o aumento da criminalidade, uma legislação processual complexa, menos recursos para dar resposta ao aumento de demanda por parte dos magistrados, de oficiais da justiça e de juízes especializados.

“Deduzimos da nossa experiência e da visão que temos da justiça que a morosidade é o maior problema. Mas não houve ainda a preocupação na prática de realizar um estudo aprofundado para se identificar as causas concretas e combate-las”, salientou a mesma advogada à agencia cabo-verdiana de notícias.

Para combater a morosidade da Justiça, a bastonária da OACV propõe uma inspecção judicial com “um corpo robusto”, como está previsto na lei, e que no seu entender pode contribuir para identificar esta causa.

Entretanto, sobre a proposta, Sofia Oliveira Lima disse que ainda não se viu “nenhum acto voltado para a implementação desse corpo de inspecção judicial”, o que considerou “preocupante”.

A assistência judiciária é também uma outra preocupação da OACV, que defendeu que este serviço deve ser visto pelo Ministério da Justiça com “seriedade e maturidade” porque é um direito fundamental dos cidadãos.

“Os direitos sociais num Estado de direito democrático devem ser cumpridos e não se pode de forma nenhuma violá-los”, sublinhou a bastonária.

A fazer fé na fonte que vimos citando, «a assistência judiciária consiste na responsabilidade do Estado em financiar o acesso à justiça dos cidadãos sem meios financeiros”, afirmou Sofia Lima aos jornalistas.

“Temos a percepção que o Ministério da Justiça não tem uma visão do que é realmente o cumprimento desse direito fundamental que visa minimizar a distância em relação as custas judiciais que existem perante a justiça dos que podem e dos que não podem”, disse a advogada.

Mas as preocupações da diferente da OACV não ficam por aí. O Governo precisa ver, com mais atenção, a assistência judiciária porque sendo um direito fundamental, o seu incumprimento denota um retrocesso na consolidação do estado de direito democrático, frisou a bastonária.

Para ultrapassar os problemas financeiros que são postos, visando assistência judiciária, a OACV propõe a criação de um fundo próprio exclusivamente para assistência judiciária, onde se pode incluir determinadas verbas provenientes de custas judiciais e de outros emolumentos da justiça e bens revertidos a favor do Estado, refere a Inforpress.

 

 

Fonte: ASemana

 

Justiça cabo-verdiana já dispõe de plataforma digital para operar

Decorreu, hoje, na cidade da Praia, o lançamento oficial do Sistema de Informatização da Justiça (SIJ), plataforma electrónica que irá permitir a consulta, edição e manuseamento de processos judiciais. O Conselho de Gestão do SIJ apresentou também o cartão de utilizadores do sistema e de identificação dos magistrados e funcionários da justiça.

“É um cartão de uso no sistema. Será o cartão que identificará a pessoa, utilizador do sistema. Com este cartão ele há-de assinar as peças processuais, para além de se credenciar no sistema”, explica o presidente Conselho de Gestão do SIJ, Simão Santos.

Inicialmente, apenas os processos penais poderão ser tramitados no SIJ. “Mas estamos em crer que até o final deste ano, o processo civil estará a ser utilizado também”, diz Simão Santos.

Para já, a garantia é da confidencialidade e segurança na plataforma SIJ. “O cartão está concebido com aquele chip que terá a certificação de utilização, como também a certificação da assinatura de forma que se alguém, por ventura, entrar no sistema e procurar aceder ao documento o sistema alerta”, diz Simão Santos.

O SIJ foi concebido para garantir a confidencialidade e o segredo de justiça, segundo assegurou a ministra da justiça,

Quanto à celeridade processual, o SIJ pode ser um aliado importante. “Posso estar a trabalhar num processo e um procurador pode estar também no mesmo sistema a trabalhar na parte dele no processo. Idem para o advogado”, salienta Simão Santos, acrescentando que mesmo as forças policiais poderão trabalhar em simultâneo durante a fase de instrução.

A grande vantagem do sistema reside na portabilidade. “Pode-se trabalhar em casa, em qualquer parte do mundo. Posso estar na China e emitir uma sentença de lá para Cabo Verde”, aponta.

“O próprio SIJ já traz, por exemplo, minutas já prontas e preparadas. Com isso vai permitir uma monotorização na fase do andamento do processo, que a inspecção acompanhe o desenvolvimento dos processos”, diz a ministra da justiça da Janine Lélis, sem esquecer que envolvimento de todos os operadores é fundamental.

Maior eficácia e celeridade esperam-se também na emissão dos despachos, na realização das notificações, audiências e julgamento e na prolação de sentenças. “Estou em crer que para o próximo ano as notícias serão muito positivas em relação ao relatório sobre o estado da justiça”, perspectiva a ministra.

Conforme elucidou a ministra, o SIJ foi concebido tendo em conta as especificidades processuais da justiça cabo-verdiana e almeja “celeridade e uma melhor capacidade de resposta do sistema judicial para a satisfação dos utentes”.

O SIJ enquadra-se dentro do projecto de reforma das secretárias que teve arranque em 2006. Mas, os primeiros passos para a informatização da justiça aconteceram no ano de 2008. Nos finais de 2016, com a certificação de assinaturas digitais em Cabo Verde, o projecto entrou na sua recta final de conclusão.

 

Fonte: Expresso das ilhas

 

Reformas em curso vão modernizar sector da Justiça

Está em curso uma série de reformas que irão aprimorar a Justiça em Cabo Verde, em várias dimensões. Entre as mesmas está o Sistema de Informatização da Justiça (SIJ), lançado ontem, numa cerimónia em que a Ministra da Justiça destacou vários outros projectos e investimentos que vão mudar o sector.

Em curso está, nomeadamente a concepção e operacionalização do Sistema Informação Criminal da Polícia Judiciária, que visa melhorar a performance na investigação criminal, e está orçado em cerca de 28 mil.

Ainda no que toca à investigação criminal, Janine Lélis, salientou a concepção e fornecimento de um sistema de comparabilidade das impressões digitais. Um sistema orçado em mais de 60 mil contos e com o qual se pretende igualmente, pela via da tecnologia, aumentar a eficácia da Polícia Judiciária”.

A estes dois investimentos na PJ junta-se a operacionalização da realização dos testes de DNA, cujos preparativos estão já em fase final, e que constitui um elemento fundamentar para melhorar ““a capacidade de resposta para os casos pendentes de investigação de paternidade e crimes de agressão sexual”.

Um outro projecto considerado importante, é a Plataforma de Gestão de Assistência Judiciária que está em fase de concepção e que, garante a ministra da Justiça, irá “facilitar os tribunais e a Ordem dos Advogados no processo de nomeação, e ainda fornecer dados estatísticos importantes com vista a uma melhor definição de políticas nesta matéria”.

Com estes investimentos, o governo considera que será efectivada uma melhoria nos serviços de Justiça. É uma reforma, fundamentada “numa visão estratégica de modernização que se assenta na criação de sistemas de informatização interligados para melhorar a prestação dos serviços, satisfazer os utentes e garantir a eficácia e eficiência do Estado”, assegurou a Ministra da Justiça e Trabalho.

 

Fonte: Expresso das ilhas

 

 

  

 

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